sexta-feira, 17 de maio de 2013

Book Review - Design Emocional (Donald A. Norman)

NORMAN, DONALD. Design Emocional: Por que adoramos (ou detestamos) os objetos do dia-a-dia.  1ª ed. Rio de Janeiro: Rocco, 2008. 278p.

Titulo Original: Emotional Design: Why we love (or hate) everyday things.
Primeira publicação: 2004.

Em uma palavra: Recomendadíssimo. Ao meu ver nós do ramo da engenharia temos a afeição por dimensionar objetos e sistemas, mas muitas vezes não somos suficientemente qualificados para uma etapa anterior (e primordial), a concepção. Justamente esse aspecto, a concepção de produtos, é que o livro se dedica a abordar.

A idéia central do livro é discutir uma teoria sobre a emoção relacionada aos objetos que nos cercam. A trama se desenrola através do olhar de psicologo e cientista cognitivo de  Donald Norman (graduado em engenharia elétrica e PhD em psicologia). 

O Autor abre o livro discutindo a emoção sobre a perspectiva do design, a importância da reação emocional nas pessoas e como coisas bonitas funcionam melhor. Nesse ponto ele introduz o ponto chave da sua teoria, o desdobramento do design em três aspectos relativos a estruturas do cérebro: 
  1. Design visceral - diz respeito as aparências
  2. Design comportamental - diz respeito ao prazer e efetividade de uso
  3. Design reflexivo - diz respeito a racionalização, intelectualização
O design visceral está associado ao nível biológico das reações, e de certa forma é o que a natureza faz. Como exemplo a simetria dos seres, a textura e aparência de flores,  as cores de pássaros machos. O nível visceral é responsável por aquela sensação exercida por carros com linhas expressivas, curvas sensuais e superfícies lisas, ou ainda  "quero comprar, mas para que serve?".

Já o design comportamental diz respeito ao uso. A aparência não importa, o desempenho importa. Nesse nível a função vem em primeiro lugar. Se um objeto não faz nada interessante, então quem se importa quão bem ele funciona?

O design reflexivo ocupa um território vasto. Tudo diz respeito a mensagem, a cultura e ao significado do uso. Está relacionado a experiência e a lembranças pessoais.  Quando você se identifica com um design por questões culturais (marcas, artigos que lhe trazem alguma lembrança, arte) então seu cérebro está atuando no nível reflexivo. Não há nada pratico e biológico nas respostas.

Entretanto não pense que agora você já entendeu tudo.  O que faz o livro ser tão interessante é a forma como Norman fundamenta sua teoria e os exemplos que cita ao longo do texto, embasando suas idéias. 


Os três bules de chá. Da esquerda para direita: O bule impossível do artista plastico francês Jacques Carelman; O bule de chá Nanna de Michael Graves; o bule de chá inclinado Ronnefeldt.

Em qual aspecto do design se enquadra cada bule?


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