quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Futurismo

   Nunca gostei de arte abstrata, entretanto, apesar de próximo do abstracionismo, o futurismo me agrada. Principalmente a sensação de movimento transmitido, e a maneira como as coisas parecem vivas. 
   Invejo dos artistas futuristas o experimentalismo e a capacidade de transcender o que já estava estabelecido, criando assim, algo novo. 
   Reparem, ainda,  que as obras tem em média mais meio século de idade, e mesmo assim são incrivelmente modernas.
    Recolhi uma seleção de posters, todos disponíveis na net,  que eu gosto. Espero que também gostem.

Giacomo Balla 

 

The speed of a motorcycle / A velocidade de uma motocicleta - 1913

 Dynamism of a dog on a leash / Dinamismo de um cachorro na coleira - 1912

Fortunato Depero


 
 Ciclisti / Ciclista - 1923

Motociclista / Motociclista - 1923

Bianchi / Bianchi - ?

Il ciclista attraversa la città / O ciclista atravessa a cidade - 1945

Natalia Goncarova

 


Il Ciclista / O ciclista - 1913

Mario Sironi

 

 
 Motociclista / Motociclista - 1920

 Edward McKnight Kauffer

 


Villiers World record / Recorde mundial da Villiers - 1928

Bicycle and motorcycle show / Show de bicicletas e motocicletas - 1935

Aeroshell / Aeroshell - 1932

Shell / Shell - 1937

British Industries Fair / Feira da Indústria Britânica - 1928

Por hoje é só pessoal, bye!


quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Desenhos de Lawrie Watts

Alguns desenhos menos celebres, porem não menos incríveis, do lendário desenhista Lawrie Watts.





domingo, 11 de agosto de 2013

Book Review - Making things move (Dustyn Roberts)




ROBERTS, DUSTYN. Making things move: DIY Mechanisms for Inventors, Hobbyists, and Artists. 1° ed. New York: McGraw-Hill, 201. 350p.

      Se você está no primeiro ano do curso de engenharia compre esse livro. Se você está no último ano, apenas empreste ele de alguém ou da biblioteca.
      A frase acima é só uma maneira humorada de dizer que o livro é muito bom como texto introdutório a alguns conceitos da mecânica e mecatrônica. Entretanto se você já tem um embasamento sólido nessas áreas pode ser que o livro não te agrade tanto.
     Caso você seja uma pessoa sem conhecimentos formais de mecânica, mas com muita boa vontade, disposição e boas ideias esse livro também pode te ajudar. Escrevo isso tendo em vista incansáveis exemplos que mostram que maioria dos objetos interessantes que conhecemos vieram de pessoas com esse perfil. 
     O livro aborda os assuntos de forma conveniente, valorizando o amadorismo. Isso pode ser bem observado nas ilustrações que geralmente são feitas em forma de croqui a mão livre, sem nenhum capricho. Exatamente como aqueles que as pessoas fazem quando não vão mostrar para ninguém aquele esboço. Sem preocupações com detalhes, apenas com a informação. 
       O livro é escrito de forma descontraída, privilegiando uma fácil leitura. Formalismos comuns da escrita científica foram deixados de lado. Pelo visto os americanos estão bem a frente de nós brasileiros quanto a possibilidades de "liberalismos na escrita". Esse livro é a prova viva que achar uma editora que publique um livro com vocação técnica sem formalismos textuais é possível. Pelo menos lá. Aqui um escritor usando a mesma linguagem usada pela autora seria considerado um herege. 
        O livro cobre uma vasta gama de assuntos, grande maioria de forma introdutória, superficial. No estilo "um pouco de tudo, mas muito de nada". Se especializar em determinados assuntos fica por sua conta. 
      Apesar de breve em alguns assuntos, o livro tem um mérito: trazer projetos relacionados ao assunto tratado para que o leitor faça em casa. Eu mesmo não fiz nenhum projeto do livro até o momento, mas na minha percepção os projetos são muito bons como exercício de fixação dos conceitos utilizados. Eu particularmente acredito que quando você aprende fazendo, com suas próprias mãos, você nunca esquece. Portanto um leitor dedicado pode colher bons frutos ao se lançar na brincadeira de executar na pratica os projetos.
       Outro ponto forte do livro é ser bem atualizado, trazendo passo-a-passo sobre utilização de Arduino (com código-fonte) e desenho vetorial em softwares como Inkscape.
        O livro é dividido em 10 capítulos, cujos temas enunciados pelos seus títulos são:

1 Introduction to Mechanisms and Machines
2 Materials: How to Choose and Where to Find Them
3 Screw It or Glue It: Fastening and Joining Parts
4 Forces, Friction and Torque (Oh My)
5 Mechanical and Electrical Power, Work, and Energy
6 Eeny, Meeny, Miny, Motor: Options for Creating and Controlling Motion
7 The Guts: Bearings, Couplers, Gears, Screws, and Springs
8 Combining Simple Machines for Work and Fun
9 Making Things and Getting Things Made
10 Projects
Appendix: BreadBoard Power and Arduino Primer

     "Eu não procuro saber as respostas, procuro compreender as perguntas"
Confúcio

domingo, 4 de agosto de 2013

Desenhos de Jean Prouvé

      Não vejo necessidade de comentar esse post, apenas reafirmar o quanto Jean Prouvé é inspirador. Ver imagens de seus produtos já é incrível, mas para min seus desenhos são sensacionais. Muito inspiradores.







domingo, 28 de julho de 2013

Book Review - A materialização da Ideia (Ferrante & Walter)



FERRANTE, M; WALTER, Y. A materialização da ideia: noções de materiais para design de produto. 1ª ed. Rio de janeiro: LTC, 2010. 199p.

     Sem dúvida alguma o Brasil tem grandes escritores no mundo da literatura ficcional, mas na área técnica a coisa não é bem assim. Parece haver um certo marasmo na área técnica, as pessoas simplesmente parecem acuadas em publicar seus conhecimentos. Nesse cenário infeliz, eu fico muito contente quando vejo um bom livro técnico escrito por brasileiros. 
      Um elogio que o livro certamente merece é o titulo. Nele é expresso exatamente o que o livro traz em seu conteúdo, uma noção sobre materiais para designers de produto. O foco é no processamento dos materiais, suas transformações, assim como, suas propriedades. Nada da chatice de ligações eletroquímicas, leis de macla e outras comuns nos cursos tradicionais de engenharia. O livro é intensamente voltado a quem quer conhecer melhor os materiais para usar em um novo produto. 
     Outro ponto positivo são os exemplos. Eles tem tudo a ver com o mundo do design de produto. Na abertura do livro o autor faz uma analise simples e muito interessante sobre dilatação e difusão térmica na taça de vinho de pescara. Pelo menos para min funcionou muito bem como estimulante de leitura. Não levantei do sofá enquanto não terminei o livro. 

"Pescara Wineglass" de Toyo Ito após surgimento de trincas. 
Fonte: http://www.designboom.com/cms/images/fuksas/1.jpg

     Outro ponto a favor é a quantidade de ilustrações e figuras. Não me lembro de ter lido mais de duas paginas consecutivas sem encontrar figuras. Os gráficos geralmente oferecem um cenário comparativo entre ampla gama de materiais e mesmo assim são fáceis de entender. Também em vários pontos de texto ele traz fotos de produtos de designers renomados, dando um certo ar de inspiração. Resumindo, gostei da quantidade e qualidade na escolha das figuras. Faz com que o texto seja bastante agradavel de ler, e ainda didatico.
Alguns dos produtos renomados que aparecem no livro 
Cadeira "Chair one" de Konstantin Grcic (Acima) 
Cadeira "Softlight" de Alberto Meda (Abaixo)
(Fonte Acima: http://www.fflch.usp.br/dl/semiotica/res/chair-one-grcic.jpg)
(Fonte Abaixo: http://www.albertomeda.com/images/sections/products/softlight/02_89_softlight.jpg)
  

       O livro é dividos pelos autores em 6 capitulos: 1- Os materiais e o designer, 2- Propriedades dos materiais, 3 - Materiais, familias e suas caracteristicas, 4 - O processo de projetar, 5 - Processos de Fabricação, 6 - Seleção de materiais e processos.
     A seleção de conteudo é satisfatória, mas na minha opinião ficou devendo, e muito, em um assunto importantíssimo: tratamentos térmicos e superficiais. Por outro lado assuntos bem legais são tratados, como propriedades sensoriais dos materiais e sólidos celulares. 
      A principal critica que faço ao livro são os typos (erros tipográficos) do livro. Para constar os  que eu encontrei: Já na segunda pagina o autor chama difusividade térmica de "difusibilidade térmica" e sugere o símbolo teta, sendo que durante o resto do livro é utilizado o símbolo alfa_t. Na pagina 60, comparando condutividade térmica entre polímeros e metais é dito que 0.2 (W/mK) é um quarto da condutividade do cobre, mas a condutividade do cobre é algo em torno de 400 (W/mK). Na pagina 162 o autor remete a equação de sensação térmica, segundo ele equação 2.7. Entretanto a equação 2.7 (pag.35) é sobre índice de refração. O mesmo erro é cometido na pagina 167. Ainda na pagina 162 o autor comete erro parecido referindo a equação 2.8 a frequência natural de vibrações, sendo que a eq. 2.8 na pag.35 é sobre intensidades do feixe de luz. A pagina 95 traz  um belo e interessante gráfico sobre tenacidade no sentido transversal e paralelo as fibras em madeiras, representados pelos símbolos "T" e "L" respectivamente. Infelizmente os símbolos estão invertidos no gráfico.
       Typos a parte, o livro traz um monte de informações legais e é bem divertido de ler. Definitivamente vale a pena.

sábado, 18 de maio de 2013

Propriedades da solução Amônia-Água(NH3-H2O) - Refrigeração por absorção

      Essa postagem é uma contribuição para aqueles que assim como eu passaram por dificuldades ao ler o diagrama de equilíbrio Amônia-Água (NH3-H2O) no momento de projetar ciclos de refrigeração por absorção.

Diagrama de equilíbrio NH3-H2O 
fonte: ASHRAE
    
    Como o diagrama apresenta um emaranhado de linhas com muita informação combinada em apenas uma figura fica fácil cometer algum erro no momento da leitura. Para diminuir a chance de cometer erros e melhorar a acurácia na obtenção da informação, eu busquei na literatura especializada as equações pertinentes para os cálculos. Seguem abaixo as equações:

Fonte: PÁTEK. J.; KLOMFAR, J. Simple functions for fast calculations of selected thermodynamics properties of the ammonia-water system. Internationa Journal of Refrigeration, 18(4), pp. 228-234, 1995.  

 T=temperatura; P=pressão; x=fração molar de amônia(NH3) para mistura no estado liquido; y=fração molar de amônia(NH3) para mistura no estado de vapor

 Equação da temperatura em função da pressão e fração molar de amônia(NH3) para mistura no estado liquido

  Equação da entalpia em função da temperatura e fração molar de amônia(NH3) para mistura no estado liquido



  Equação da temperatura em função da pressão e fração molar de amônia(NH3) para mistura no estado de vapor

  Equação da entalpia em função da temperatura e fração molar de amônia(NH3) para mistura no estado de vapor

     Apesar de completamente empíricas as equações apresentam um excelente resultado para pressões até 30bar.

     Setar as equações é um trabalho razoável, no caso da HP50g precisa conhecer alguns macetes da calculadora.  Entretanto usuarios da HP50g podem baixar o arquivo que compartilho nesse Link

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Projeto conceitual de um saca rolhas

Nesse post apresentarei resumidamente o projeto de saca rolhas  feito por min para a disciplina de desenvolvimento de produtos. O projeto se dividiu em pesquisa mercadologica, projeto informacional e projeto conceitual.
O interresante da primeira etapa foi conhecer diversos saca rolhas que não havia visto antes.

·         Modelo em “T”

Modelo mais tradicional, exige força, porém é simples, durável e portátil
Designer (do objeto da imagem): Irmãos Campana
Preço: R$ 400 (submarino.com)

Fig 1 - modelo em "t"

 ·         Modelo alavanca única

Conhecido como “sommelier knife”, utiliza-se de um apoio e uma alavanca para a retirada da rolha. É portátil, bonito e exige menos esforço que o modelo “T”, porem tem mais peças em sua construção
Designer: Karl Wienke (1882)  
Preço: R$ 49,90 (extra.com)

Fig. 2 - Modelo alavanca unica

·         Modelo “screwpull”

Modelo de grande aceitação no mercado contemporâneo. É grande e extravagante, porem uma alavanca em conjunto de engrenagens faz com que a retirada seja rápida e leve. Designer: Herb Allen
Preço: R$ 209,50 (submarino.com)

Fig. 3 - modelo "screpull"

·         Modelo “Double screw”

Conhecido no Brasil por modelo contra rosca. Conta com uma rosca quadrada ou trapezoidal na mesma peça da haste, que facilita a inserção e a retirada. Ao continuar girando a alavanca a rolha é ejetada.
Designer: A.M. Perille (modelo em madeira, frança, inicio do século passado); Edwin Jay (modelo em bronze, Itália, inicio do século passado)

Fig. 4 - modelo "double screw"

Para o projeto informacional, entrevistei um amigo do meu pai apreciador de vinhos, ele disse varias coisas que ajudaram a formular melhor a idéia. Pulando a etapa das necessidades do cliente e Resumindo os requisitos do cliente num quadro:

Fig. 5 - requisitos do cliente para o saca rolhas

Dessa forma optamos pelo modelo "double screw", e definimos o principio de solução, resumida no esboço abaixo

 Fig. 6 - diagrama de linhas
Então chegamos ao meu primeiro esboço da arquitetura do produto. Desculpem a péssima qualidade do scanner

 Fig. 7 - arquitetura do produto

E por fim, o design final, com algumas melhorias e renderizado.




até a proxima


Reforma de bicicleta

       Fuçando o ferro velho do meu sogro atrás de algo interessante, ela sorriu para mim e disse "venha e me transforme"
Uma linda monark brisa da década de 80. Já comecei



Book Review - Design Emocional (Donald A. Norman)

NORMAN, DONALD. Design Emocional: Por que adoramos (ou detestamos) os objetos do dia-a-dia.  1ª ed. Rio de Janeiro: Rocco, 2008. 278p.

Titulo Original: Emotional Design: Why we love (or hate) everyday things.
Primeira publicação: 2004.

Em uma palavra: Recomendadíssimo. Ao meu ver nós do ramo da engenharia temos a afeição por dimensionar objetos e sistemas, mas muitas vezes não somos suficientemente qualificados para uma etapa anterior (e primordial), a concepção. Justamente esse aspecto, a concepção de produtos, é que o livro se dedica a abordar.

A idéia central do livro é discutir uma teoria sobre a emoção relacionada aos objetos que nos cercam. A trama se desenrola através do olhar de psicologo e cientista cognitivo de  Donald Norman (graduado em engenharia elétrica e PhD em psicologia). 

O Autor abre o livro discutindo a emoção sobre a perspectiva do design, a importância da reação emocional nas pessoas e como coisas bonitas funcionam melhor. Nesse ponto ele introduz o ponto chave da sua teoria, o desdobramento do design em três aspectos relativos a estruturas do cérebro: 
  1. Design visceral - diz respeito as aparências
  2. Design comportamental - diz respeito ao prazer e efetividade de uso
  3. Design reflexivo - diz respeito a racionalização, intelectualização
O design visceral está associado ao nível biológico das reações, e de certa forma é o que a natureza faz. Como exemplo a simetria dos seres, a textura e aparência de flores,  as cores de pássaros machos. O nível visceral é responsável por aquela sensação exercida por carros com linhas expressivas, curvas sensuais e superfícies lisas, ou ainda  "quero comprar, mas para que serve?".

Já o design comportamental diz respeito ao uso. A aparência não importa, o desempenho importa. Nesse nível a função vem em primeiro lugar. Se um objeto não faz nada interessante, então quem se importa quão bem ele funciona?

O design reflexivo ocupa um território vasto. Tudo diz respeito a mensagem, a cultura e ao significado do uso. Está relacionado a experiência e a lembranças pessoais.  Quando você se identifica com um design por questões culturais (marcas, artigos que lhe trazem alguma lembrança, arte) então seu cérebro está atuando no nível reflexivo. Não há nada pratico e biológico nas respostas.

Entretanto não pense que agora você já entendeu tudo.  O que faz o livro ser tão interessante é a forma como Norman fundamenta sua teoria e os exemplos que cita ao longo do texto, embasando suas idéias. 


Os três bules de chá. Da esquerda para direita: O bule impossível do artista plastico francês Jacques Carelman; O bule de chá Nanna de Michael Graves; o bule de chá inclinado Ronnefeldt.

Em qual aspecto do design se enquadra cada bule?